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Quem entra, custa a sair.

Eu não consigo escrever qualquer coisa acerca de ti. Será porque ainda me agarro ao passado, ou porque ainda é muito cedo para imaginar algum “nós” para colocar nos meus textos? Não sei, nem entendo o porquê dessa página ficar branca. Eu já tentei, tentei escrever o quanto tu és importante para mim, tentei escrever que estás sempre no meu pensamento e já tentei escrever sobre o facto de eu não ser a miúda que esperavas. Mas ao colocar um ponto na primeira frase escrita, parece que esse insiste em ser o ponto final. Eu não quero estragar aquilo que temos, aquela amizade que cada dia vai evoluindo, e ainda menos a cumplicidade que criamos pouco a pouco. É só que... há tanto tempo que eu não era tão feliz, há tanto tempo que eu não sorria com mensagens tão simples, há tanto tempo... Receio a possibilidade de eu poder me apaixonar, porque a paixão, apesar dos seus lados tão bons, também tem os seus tons mais escuros. Passei de “oi” para um apego grande por ti, e desse apego passei para um vicio em conversar contigo. A próxima etapa desse ciclo é a paixão, mas não sei se serei capaz de viver mais um amor não correspondido. Não sei o que sentes, nem o que pretendes, porque eu não te entendo. Não consigo distinguir nesse o teu olhar as tuas intenções, e isto assusta-me. Assusta-me pois eu estou a começar um filme sem saber sobre o que é que ele fala. Olha só, pensava que não conseguia te deixar entrar nos meus textos, mas entraste, e espero que esse não foi um erro da minha parte, porque quem entra, custa a sair.


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